10/05/2025
VOCÊ GASTA PARA SE SENTIR BEM? O PERIGO DO CONSUMO EMOCIONAL
Imagine a cena: depois de um dia estressante no trabalho, você se joga no sofá, pega o
celular e, sem pensar duas vezes, entra em um aplicativo de compras. Em poucos minutos,
finaliza um pedido de delivery por R$ 60,00 em uma pizza em plena terça feira. Ela até parece um
bom abraço no momento, né? Parece familiar?
Esse comportamento tem nome: consumo emocional. É quando usamos o dinheiro como
um analgésico para emoções difíceis como ansiedade, tristeza, frustração ou até mesmo tédio. A
sensação imediata de prazer que uma compra oferece ativa o sistema de recompensa do nosso
cérebro, o mesmo responsável por nos fazer buscar comida ou carinho. Mas, diferentemente de
um abraço ou uma caminhada ao ar livre, as compras têm um custo. Literalmente.
Por que isso acontece?
O consumo emocional está ligado à tentativa de preencher um vazio com uma “alegria"
momentânea. Psicologicamente, gastamos para sentir que temos algum controle ou para
compensar sentimentos negativos. Em vez de enfrentarmos o que estamos sentindo, escolhemos
algo que nos distraia ou nos recompense. Ana, de 23 anos, costuma comprar maquiagem
sempre que termina uma discussão com o namorado. Mesmo sem precisar de mais produtos, ela
sente que uma nova paleta a ajuda a "recuperar o brilho”. Já o João, de 35, vive dizendo que
“trabalha muito e merece se mimar”. Quase todo mês, ele faz compras parceladas que
comprometem metade do limite do cartão de crédito, mesmo sem planejamento.
As consequências invisíveis
O problema não é comprar algo que você gosta, mas sim usar o consumo como válvula
de escape emocional, sem consciência e planejamento. As consequências desse padrão são
profundas. Você pode acabar acumulando dívidas porque suas compras impulsivas,
especialmente parceladas, podem se transformar em bolas de neve. Você pode desenvolver
ansiedade financeira, de forma que, ao contrário da promessa de alívio, o consumo emocional
gera culpa e estresse a médio prazo. Além disso, outre consequência bem comum é a distorção
de prioridades quando você deixa de investir em experiências ou objetivos de longo prazo (como
uma viagem, curso ou reserva de emergência) por compras impulsivas de curto prazo.
Como identificar o consumo emocional
Nem sempre seu problema fica tão na cara assim então aqui vão algumas dicas para te
ajudar a identificar apenas se fazendo algumas perguntas:
- Você costuma comprar quando está estressado, triste ou entediado?
- Sente culpa ou arrependimento após comprar?
- Já escondeu compras ou mentiu sobre quanto gastou.
- Compra coisas que não precisa, com frequência.
Mas como resolver?
Ok Rafa, percebi que as vezes gasto para me sentir bem, mas não consigo ver uma
solução melhor porque é um sentimento muito reconfortante. Tudo bem, você n precisa arrancar
um hábito da sua vida do dia para a noite. Vai substituindo ele aos poucos.
Uma das dicas que vamos falar é praticar o autocontrole consciente. Ao sentir vontade de
comprar, pergunte-se: "Estou comprando porque preciso ou porque estou tentando fugir de um
sentimento?”. Outra dica é criar um “prazo de resfriamento”. Ele funciona da seguinte forma,
espere 24h antes de realizar uma compra não planejada. Outro ponto super positivo é se dedicar
em ter atividades de escape saudáveis para quando sentir o impulso, fazer algo que alivie a
emoção de forma positiva: como ir caminhar, ligar para um amigo, desenhar, assistir sua confort
serie ou ouvir música. E por último temos o "Orçamento emocional”. Ué mas não era orçamento
pessoal? Sim, mas esse já é outro tipo de orçamento. Reserve um valor mensal para compras
por prazer, mas com limite. Assim, você satisfaz esse desejo de forma controlada.
O consumo emocional é uma armadilha sutil, mas poderosa. Ele oferece conforto momentâneo e
deixa cicatrizes no bolso e na mente. Aprender a reconhecer esse padrão é o primeiro passo para
uma vida financeira mais saudável — e emocionalmente equilibrada. Afinal, se comprar virou um
remédio para tudo, talvez seja hora de repensar a receita.
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