03/05/2025
COMO ENSINAR CRIANÇAS E ADOLESCENTES A LIDAR COM DINHEIRO DESDE CEDO?
"Você quer gastar ou conquistar?” Essa pergunta, feita por uma mãe a seu filho diante de
uma vitrine de brinquedos, parece simples, mas carrega uma das lições mais valiosas da
educação financeira: entender que o dinheiro não serve apenas para comprar o que se quer na
hora. Na verdade, ele pode ser usado para conquistar sonhos, metas e autonomia.
No EducaFin, defendemos que ensinar isso desde cedo é uma forma poderosa de reduzir
desigualdades, formar cidadãos mais conscientes e preparar jovens para os desafios da vida
adulta. E a mesada, por mais modesta que seja, é um excelente ponto de partida.
Ferramenta de educação
Dar mesada não é só colocar dinheiro na mão da criança ou adolescente. É entregar uma
chance de aprender na prática. Pode parecer pequeno, mas lidar com R$10 por semana pode
ensinar mais sobre prioridades do que uma aula teórica. Quando uma criança ou adolescente
começa a administrar seu próprio dinheiro, por menor que seja o valor, ela passa a lidar com
dilemas reais: gastar tudo agora ou guardar para algo maior? Comprar algo por impulso ou
pesquisar e planejar? E esse é o momento dos responsáveis direcionarem essas crianças para as
melhores decisões financeiras. E a partid dessa vivência, eles podem desenvolver habilidades
como: Autocontrole, paciência, planejamento, noção de valor e responsabilidade.
Vamos imaginar essa situação hipotética. Letícia, de 11 anos, queria comprar uma
mochila nova. Ma tudo que ela ganhava, ela gastava em doces. Depois dos pais assistirem uma
palestra de educação financeira, perceberam a importancia de ajudar sua filha a aprender a lidar
com financas desde cedo, então decidiram dar a ela uma mesada. Ela passou a receber e
guardar R$10 por semana. Em dois meses, comprou a mochila dos sonhos com seu próprio
dinheiro. O valor da mochila foi de apenas R$80, mas o valor da lição foi incalculável.
Como transformar mesada em aprendizado
Evite dar dinheiro aleatoriamente. Sem surpresas, sem bônus por bom comportamento. A
ideia é criar planejamento, não recompensa. Então, defina um valor fixo e uma frequência
(semanal para crianças, mensal para adolescentes) ajuda a criança a aprender a se organizar com
o que tem e não contar com “reforços” inesperados. O valor deve estar de acordo com a
realidade da família e com a idade da criança. O mais importante aqui não é o valor e sim a
experiência de administrar o próprio dinheiro.
Ensine a criança a separar o dinheiro entre gastar agora e guardar. Isso ajuda a
desenvolver equilíbrio desde cedo. Uma dica para ajudar a construir esse equilíbrio seria ensinar
a criança a dividir o valor recebido em categorias. Um modelo simples é o 50-30-20: 50% para
gastar agora (lanches, pequenas vontades); 30% para economizar (guardar para algo maior);
20% para investir (ex: com esse dinheiro ela deve comprar um livro ou colocar em uma conta
poupança). Se seu filho vai receber R$10,00 de mesada por mês, a divisão ficaria: 5,00; 3,00;
2,00. Crianças menores podem usar potinhos ou envelopes coloridos. Já os adolescentes podem
utilizar apps simples de controle financeiro.
Erros fazem parte do processo de aprendizagem e são valiosos para nos trazerem novos
ensinamentos. Se a criança ou adolescente gastar tudo antes da hora, resista à tentação de
“completar”. Sentir o impacto da escolha faz parte do processo. Esse erro é uma lição valiosa:
ela vai aprender na prática a importância de pensar antes de gastar. O mais importante aqui é o
diálogo. Não basta deixar errar, é fundamental refletir junto depois: “O que você faria diferente na
próxima semana?”
E o depois?
Com adolescentes, a mesada pode (e deve) evoluir. Em vez de só ser um valor para lazer,
ela pode cobrir gastos reais: transporte, lanche da escola, celular, roupas, etc. Isso permite que
eles comecem a administrar um “mini orçamento pessoal”. Aos poucos, a mesada deixa de ser
um valor simbólico e se torna um passo para a independência financeira.
Educação financeira também é formação de caráter e no EducaFin, enxergamos o
dinheiro como ferramenta de transformação social. Ensinar crianças e adolescentes a lidar com
ele é uma forma de fortalecer sua autonomia, responsabilidade e senso crítico. A mesada é
simples mas, quando usada com propósito, se torna uma das primeiras experiências de
liberdade com responsabilidade. Afinal, mais do que gastar, ensinar a conquistar é preparar para
o futuro.
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