05/04/2025
FRAUDES EM ALTA: METADE DOS BRASILEIROS FOI VÍTIMA EM 2024
Imagine que você está em casa, tranquilo, quando recebe uma mensagem dizendo que seu cartão de crédito foi bloqueado por segurança. O alerta vem com um link para resolver o problema na hora. Sem pensar duas vezes, você clica e digita seus dados bancários. No dia seguinte, percebe compras estranhas na sua fatura. Golpe.
Se isso nunca aconteceu com você, conheça alguém que já passou por isso. Em 2024, mais da metade dos brasileiros (51%) foi vítima de algum tipo de fraude financeira, segundo a Serasa Experian. O cartão de crédito lidera como a principal porta de entrada para os criminosos, de acordo com o InfoMoney. Mas não para por aí: boletos falsos, golpes via Pix e até fraudes por telefone continuam fazendo milhares de vítimas todos os dias. E o pior? Os golpistas estão cada vez mais sofisticados.
A boa notícia é que dá para se proteger. Mas antes, é preciso entender como esses golpes acontecem.
Golpes mais comuns
Os criminosos exploram diferentes métodos para enganar as vítimas, e o cartão de crédito está no centro da maioria dos golpes. A clonagem de cartão ocorre quando os dados do usuário são roubados por meio de maquininhas adulteradas, compras em sites falsos ou ataques digitais. Com essas informações em mãos, os fraudadores realizam transações indevidas, deixando o dono do cartão com um grande prejuízo.
Outra fraude recorrente é o phishing, uma armadilha digital que utiliza e-mails, SMS ou mensagens no WhatsApp para enganar as vítimas. As mensagens costumam se passar por bancos, lojas ou órgãos oficiais, pedindo que o usuário clique em um link para atualizar cadastros ou confirmar dados. Ao fazer isso, a pessoa acaba entregando suas informações sigilosas diretamente aos criminosos.
Além disso, os golpistas têm explorado fraudes relacionadas a boletos falsos e transferências via Pix. O golpe do boleto ocorre quando criminosos emitem documentos falsificados com valores aparentemente corretos, fazendo com que a vítima pague sem perceber o erro. Já no golpe do Pix, os fraudadores se passam por conhecidos ou empresas legítimas e solicitam transferências urgentes. Como as transações via Pix são instantâneas, muitas vítimas só percebem a fraude quando já é tarde demais.
Outro golpe sofisticado é o do falso suporte técnico, no qual os criminosos se passam por funcionários de bancos ou empresas de tecnologia e entram em contato com a vítima para "corrigir um problema" em sua conta bancária ou dispositivo eletrônico. Com um discurso convincente, eles conseguem acesso remoto ao celular ou computador da vítima, roubando informações e até esvaziando contas bancárias.
Como se proteger?
Com o crescimento desses golpes, adotar medidas preventivas é essencial para evitar prejuízos. Em primeiro lugar, nunca compartilhe seus dados pessoais ou bancários por telefone, e-mail ou redes sociais. Bancos e instituições financeiras nunca pedem senhas, códigos de verificação ou atualizações cadastrais por esses meios. Se receber qualquer solicitação suspeita, entre em contato diretamente com o banco pelo canal oficial.
Outra forma de se proteger é ativar a autenticação em dois fatores em contas bancárias, aplicativos de pagamento e redes sociais. Esse recurso adiciona uma camada extra de segurança, exigindo um código enviado ao seu celular para validar qualquer login ou transação.
Além disso, sempre verifique a autenticidade de mensagens, links e sites antes de fornecer informações. Desconfie de e-mails e SMS que solicitam atualizações urgentes de senha ou pagamentos inesperados. Se precisar acessar o site de um banco ou loja, digite o endereço manualmente no navegador em vez de clicar em links recebidos por mensagens.
Manter um controle rigoroso sobre suas finanças também é fundamental. Acompanhe regularmente suas transações bancárias e faturas do cartão de crédito para identificar qualquer movimentação suspeita. Caso perceba algo estranho, entre em contato com o banco imediatamente para contestar cobranças indevidas ou bloquear o cartão.
Por fim, evite usar redes Wi-Fi públicas para acessar contas bancárias ou fazer compras online, pois essas conexões são mais vulneráveis a ataques. Sempre que possível, utilize dados móveis ou redes seguras para realizar transações financeiras.
Se um desconhecido abordasse você na rua pedindo sua senha bancária, sua reação natural seria recusar e desconfiar. No entanto, no ambiente digital, muitas pessoas acabam confiando cegamente em mensagens fraudulentas e caindo em armadilhas sofisticadas. As fraudes financeiras estão em ascensão, e a única forma de evitar ser vítima é se manter informado e adotar hábitos seguros. Desconfiança e cautela são suas melhores defesas. Afinal, no mundo digital, proteger seus dados é tão importante quanto proteger sua carteira no dia a dia.
