No mês de setembro, a Comunidade
Surda é mundialmente homenageada com datas comemorativas.
Repleto de eventos significativos, o nono mês do ano é especial
na história de lutas e conquistas dos surdos. Assim surgiu a
campanha Setembro Azul, um mês inteiro para relembrá-las.
Por que azul?
A cor Azul possui grande significado para a Comunidade
Surda. No período da Segunda Guerra Mundial, os Nazistas identificavam as
Pessoas com Deficiência através de uma faixa de cor azul fixada no braço. Na
atualidade, o azul rememora a opressão enfrentada pelos surdos ao longo da
história, contudo, mais que isso, representa as conquistas da comunidade surda,
sua história e sua língua.
Os surdos e o nono mês!
A seguir, acontecimentos marcantes para a Comunidade
Surda, todos ocorridos em setembro.
Dias 6 e 11 de Setembro: marco triste para esta
comunidade. Lembrança do Congresso de Milão (1880) no qual foi proibido o uso
da língua de sinais na educação dos surdos e imposto o oralismo.
Dia 10 de setembro: Dia Internacional da Língua de
Sinais.
Dia 26 de setembro: Dia Nacional do Surdo (Lei
nº 11.796 de 29 de Outubro de 2008). Nesta data, em 1857, foi fundada a
primeira escola de surdos no Brasil pelo professor francês, surdo, Eduard Huet,
o atual INES (Instituto Nacional de Educação dos Surdos), que fica no Rio de
Janeiro.
Dia 30 de setembro: Dia Internacional do Surdo e Dia do Profissional Tradutor.
NÃO PODEMOS FICAR PARADOS
A gente sabe que essa luta não cabe em um mês só. Todos
os dias as pessoas surdas enfrentam situações diferentes de exclusão e
preconceito, passando despercebidos pelas ouvintes como se
fossem invisíveis. E é aí que está a chave da questão: a deficiência
não está na surdez, mas em quem se recusa a escutar a voz das pessoas surdas.
A deficiência está nas escolas, que não contratam
intérpretes de Libras para seus alunos, e nas universidades, que não
disponibilizam as aulas online em formato acessível. A deficiência está
nas empresas, que evitam contratar pessoas surdas por conta das dificuldades de
comunicação e não cumprem
a Lei de Cotas. A deficiência está em tudo o que a gente faz que
impede as pessoas surdas de aprenderem, consumirem e se divertirem.
Quebrar as barreiras da acessibilidade exige que a gente quebre os nossos preconceitos e se aproxime mais da comunidade surda. Só acabaremos com esse paradigma de exclusão quando nos mexermos e formos atrás de mais informação.