José Cruz/Agência Brasil |
A chegada da primavera a partir deste domingo (22/09) deve aumentar a umidade do ar em praticamente todo o país, com exceção do Nordeste, segundo a empresa de meteorologia Climatempo. “É uma estação de transição do período seco, que é o inverno, para o período úmido, o verão. Para a maioria dos estados brasileiros, a primavera significa dias de calor e aumento gradual da frequência de eventos de chuva.”
A mudança no clima deve ajudar a reduzir o número de
queimadas no Brasil, que hoje é recorde e alarmante. Também colabora para o
replantio. A Amazônia, um dos biomas mais devastados pelo fogo deve receber
chuvas acima da média para a primavera, começando na segunda quinzena de
outubro.
A estação começa em 22 de setembro, às 9h44, e vai
até 21 de dezembro, quando inicia o verão.
De acordo com a Climatempo, serão comuns pancadas de chuva à tarde e à noite. Conforme a atmosfera vai ganhando umidade, ventos levam nuvens para quase todo o país. Haverá, também, passagem de frentes frias de origem polar no Sul e no Sudeste, derrubando as temperaturas por alguns períodos – em geral, curtos. “A partir de dezembro, podem ficar estacionárias na altura do RJ, favorecendo a formação de grandes corredores de umidade.”
Influência do La Niña
Centros de monitoramento global preveem que o
fenômeno La Niña comece a se formar durante a primavera no hemisfério sul. Ele,
que é o oposto do El Niño, que vinha ocorrendo até então, deve causar um
resfriamento no continente sul-americano.
Enquanto o El Niño é o fenômeno natural de aumento da
temperatura da superfície das águas do Oceano Pacífico, o La Niña consiste na
diminuição da temperatura dessas águas. Ambos influenciam o regime de chuvas no
continente sul-americano e estão sendo agravados pelas mudanças climáticas.
“Há 81% de chance de ocorrência do fenômeno no trimestre
outubro-novembro-dezembro (OND) e 83% para o trimestre
novembro-dezembro-janeiro. Portanto, deveremos ter, sim, a instalação do
fenômeno especialmente ao longo de outubro. O resfriamento também aumentou nas
últimas semanas, em especial nas porções a leste do Pacífico Equatorial”, diz
Vinícius Lucyrio, meteorologista da Climatempo.
O La Niña também deve causar maior espaçamento entre
eventos climáticos severos no Sul durante a primavera. Mas não impede que,
quando eles aconteçam, sejam intensos. Na segunda metade da estação, é prevista
redução nos volumes de chuva no Rio Grande do Sul e oeste de Santa Catarina. Os
dois estados têm previsão de volume de chuva um pouco abaixo do esperado para a
estação.
Lucyrio diz que haverá maior propensão a ondas de
calor no oeste da região Sul do Brasil durante a primavera, assim como no Pará,
Tocantins, norte de Goiás e no Nordeste. Segundo ele, elas serão “tão ou mais
intensas e tão prolongadas quanto em 2023, mas com atuação mais limitada a
partir de novembro”.