EDMAR SANTOS, EX-SECRETÁRIO DE SAÚDE DE WITZEL, É PRESO NO RJ

O   ex-secretário de Saúde do Rio Edmar Santos foi preso na manhã desta sexta-feira, dia 10, em sua casa, em Botafogo, na Zona Sul do Rio. O mandado de prisão foi cumprido pelo Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ), por meio do Grupo de Atuação Especializada no Combate à Corrupção (Gaecc), com apoio da Coordenadoria de Segurança e Inteligência (CSI/MPRJ) e da Delegacia Fazendária da Polícia Civil, em um desdobramento da Operação Mercadores do Caos. 

Agentes também cumpriram mandado de busca e apreensão na outra casa dele em Itaipava, na Região Serrana. Todos os mandados foram expedidos pelo Juízo da 1ª Vara Criminal Especializada da Capital. O ex-secretário, que foi exonerado pelo governador Wilson Witzel em maio,  é investigado por irregularidades na compra de respiradores e nos contratos emergenciais como os dos hospitais de campanha, durante a pandemia do coronavírus no estado. 

Ele deverá prestar depoimento ainda nesta sexta na Delegacia Fazendária (Delfaz), na Cidade da Polícia, no Jacarezinho, na Zona Norte, e depois será levado para o Instituto Médico-Legal (IML), no Centro, onde fará exame de corpo de delito. Por ser oficial da Polícia Militar, o ex-secretário será levado para Unidade Prisional da PM, no Fonseca, em Niterói. Segundo fontes da Polícia Civil, por ser um oficial, um outro policial militar com patente acima da de Edmar terá que comparecer à Cidade da Polícia para que o ex-secretário seja conduzido para a unidade prisional. 

Santos e outras sete pessoas são acusadas pelo MPRJ de improbidade administrativa. O MPRJ conseguiu na Justiça uma autorização para ter acesso a todo o conteúdo armazenado nos materiais apreendidos, como celulares, computadores e pen drives, inclusive de registros de diálogos telefônicos ou telemáticos, como mensagens SMS ou de aplicativos como WhatsApp, entre outros. Este trabalho técnico será realizado pela Coordenadoria de Segurança e Inteligência (CSI/MPRJ).

Na semana passada, a Justiça determinou a quebra de sigilo bancário e fiscal e o bloqueio de bens de Edmar Santos e do ex-subsecretário da pasta Gabriell Neves na ação em que o Ministério Público investiga suspeitas de fraude na compra de mil respiradores pelo estado.
A decisão, proferida no dia 1º, vale para outros 11 réus, entre empresas contratadas com dispensa de licitação, seus sócios, e o também ex-subsecretário Gustavo Borges. Também foi deferida uma medida assecuratória de arresto de bens e valores de Edmar até o valor R$ 36.922.920,00, equivalente aos recursos públicos desviados em três contratos fraudados para aquisição dos equipamentos médicos.

As investigações do MPRJ mostram que Edmar Santos era um dos comandantes da organização criminosa que se infiltrou e se apoderou das estruturas da Secretaria Estadual de Saúde do Rio. Ele sempre alegou desconhecer a existência de qualquer esquema de desvio de recursos. Mesmo após a prisão preventiva de membros da organização da qual fazia parte, o ex-secretário continuou no cargo de secretário por algumas semanas, até ser exonerado. Além dele, o outro líder do esquema era o ex-subsecretário executivo Gabriell Neves, que já está preso.

Ainda segundo o órgão, Santos atuou, "com vontade livre e de forma consciente em todas as ações e desígnios". Ele vai responder pelos crimes de organização criminosa e peculato. Como fundamento para a prisão preventiva, o MPRJ alegou que, em liberdade, o ex-secretário pode adotar condutas para dificultar mais o rastreamento das verbas públicas desviadas, bem como destruir provas e até  mesmo  ameaçar testemunhas. Fonte: Jornal Extra


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