No passado o foco era o preconceito religioso.
Depois, durante muito tempo, passou a ser o racial. Hoje o assunto que domina as redes sociais e até mesmo a política é o preconceito em relação a opção sexual de cada um. Lutar por uma causa em que
se acredita é sempre algo muito válido, mas nós temos o costume de ver as
coisas de maneira muito superficial e achar que tudo gira em torno de apenas uma meia dúzia de assuntos mostrados na grande mídia. Se eu respeito a religião alheia, tenho
amigos negros e gays, não sou uma pessoa preconceituosa, certo? Não é bem
assim.
Analise melhor. Olhe ao seu redor e repare suas atitudes.
Preconceito vai muito além disso. Todos somos, de certa forma, preconceituosos. Na música eu não aprovo certos ritmos e critico
veemente quem ouve "aquela porcaria". "Como é possível ela usar
aquele sapato e aquela roupa?" "Não compro naquela loja de coisas
baratas, já viu a clientela deles?" "Não assisto esse programa, é
anti-cultural, só mentes vazias vêem isso." "Os jovens não
tem responsabilidade. São imaturos e afobados."
Muitas pessoas inclusive não ouvem músicas atuais, estão
estacionadas no passado e dizem que hoje em dia só se grava porcaria. Puro
preconceito de quem nem sequer parou para ouvir.
Temos preconceito com comida, filmes, pessoas, atitudes,
religião, política e ainda temos o costume em afirmar: "Eu não tenho
preconceito". Tem sim, todos temos. É mais fácil criticar, desmerecer do
que analisar, conhecer, ou seja, ter um pré-conceito das coisas. Quantos já não
ouviram de amigos e colegas que antes de conhecê-los os achavam antipáticos e
tudo mais, porém percebeu o engano?
Todos somos alvos de algum tipo de preconceito ao mesmo
tempo em que somos preconceituosos. Esse sentimento está enraizado no ser
humano e só podemos, no máximo, controlá-lo. Reprodução/2015