O estudo foi publicado na revista
“Physics of Fluids”, do Instituto Americano de Física
A cena tem sido cada vez mais recorrente: pessoas
incomodadas com a máscara no rosto têm preferido usar os protetores faciais,
também conhecidos como faceshields, sem máscara facial por baixo. Os
equipamentos são mais confortáveis de usar, principalmente por um longo período
de tempo, e teoricamente funcionariam como barreiras que impediriam que seu
usuário entrasse em contato com gotículas expelidas por outros. Alguns, ainda, têm escolhido as máscaras N95 com válvula,
que torna a respiração menos “abafada”, exatamente porque permite que o ar seja
expelido com certa facilidade. No entanto, esses equipamentos não são eficazes para
proteger contra o novo coronavírus, que causa a Covid-19. É o que mostra um
estudo publicado recentemente na revista “Physics of Fluids”, do Instituto
Americano de Física. (continua após a publicidade)
Usando um manequim com o rosto coberto com vários
equipamentos de proteção diferentes, como máscaras caseiras, cirúrgicas e do
tipo N95 (com e sem válvula), além dos protetores faciais, os pesquisadores
simularam tosses e espirros para avaliar a dispersão de gotículas de saliva no
ar. Verificou-se que os protetores faciais oferecem proteção
contra o jato inicial emitido pela tosse ou pelo espirro, mas as gotículas
escapam pela parte inferior do equipamento em 1 segundo, espalhando-se por até
1 metro de distância em 10 segundos.
As máscaras N95 com válvula tampouco impedem a dispersão
das gotículas: em menos de 2 segundos, elas escapam pela válvula e se espalham
pelo ambiente. Isso é particularmente perigoso em ambientes fechados e com
aglomeração. Já as máscaras cirúrgica, de tecido e a N95 sem válvula,
embora permitam que pequena parte do jato saia por cima, impedem a dispersão de
gotículas no ambiente, conferindo mais proteção contra o Sars-CoV-2. (continua após a publicidade)
O estudo mostrou que uma das marcas da máscara cirúrgica
conferia mais proteção que outra analisada, assim como também houve diferença
no grau de proteção das máscaras de tecidos testadas. Isso significa que
determinadas marcas e tecidos conferem mais proteção que outros. Autoridades de saúde pública da Suíça já alertavam para o
risco do uso de protetores faciais sem máscara depois que houve um surto de Covid-19 em um hotel local. Pessoas que estavam apenas com os protetores
faciais foram infectadas, enquanto ninguém que usava máscara contraiu o vírus. O Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) também
não recomenda o uso de protetores faciais como substitutos das máscaras.
A Organização Mundial da Saúde recomenda a máscara de
três camadas: uma de algodão na parte interna; um filtro (de preferência de
polipropileno) na intermediária; e uma de tecido impermeável, de poliéster puro
ou misturado com algodão, na parte externa.
As máscaras faciais caseiras são indicadas como uma das
principais medidas para conter a disseminação do novo coronavírus, pois
funcionam como uma barreira física ao novo coronavírus. Sua eficácia já foi
comprovada por vários estudos. No entanto, como todas as máscaras permitem
algum grau de vazamento de partículas de saliva que podem conter o vírus da Covid-19, é importante evitar aglomerações e manter o distanciamento físico de
1,5 metro de distância. As outras medidas de higiene, como cobrir nariz e boca
ao tossir ou espirrar e lavar as mãos, também devem ser mantidas. Campos 24 horas