VIVAMOS O MELHOR E O PIOR DE NÓS

Esta coluna é publicada aos domingos
Todos temos a inclinação em fazer com mais frequência aquilo que dominamos melhor. Se eu som bom com informática, procuro atividades que envolvam computadores, pois terei mais facilidade, prazer e reconhecimento de outros e a minha chance de errar, fazer feio, ficar para trás é infinitamente menor.

Durante toda a minha breve vida não me arrisquei muito em atividades que não são da minha área. Sair da zona de conforto não me parecia muito seguro. Eu poderia decepcionar alguém ou a mim mesmo. Se sou bom no português por exemplo, por que me aventurar na matemática? Deixa para quem sabe e tem mais afinidade no assunto, mas recentemente percebi que estava errado e que precisamos fazer, ou pelo menos tentar, aquilo que não sabemos tanto.

Quando fui convidado a jogar futebol com amigos eu relutei, pois sei das minhas limitações com a bola e não poderia deixar transparecer uma fraqueza dessas. É sempre bom deixar os outros na dúvida quanto ao que você não consegue fazer. Abrir o livro da realidade pode ser desastroso.

Mas a insistência dos amigos, o gosto pelo esporte e a vontade de se exercitar e brincar ao lado de pessoas que me fazem bem, me fizeram aceitar o desafio. Lá estou eu. Um desastre, perna de pau, sem técnica, habilidade e preparo físico (já canso nos primeiros 5 minutos), e mesmo assim os companheiros incentivam, dão dicas e tudo ao final vira motivo de muitas risadas e solidariedade.

Tudo isso tem sido importante, mas o que senti no meio de pessoas que sabem o que estão fazendo (estão na sua área) e me superam a todo o momento, foi o fato de que é necessário sairmos da nossa zona de conforto e segurança e passar por dificuldades reais. Perceber que somos bons naquilo que dominamos e treinamos para fazer, mas que somos ultrapassados em diversas outras atividades.

Isso é exercício para a humildade e mostra que ninguém é melhor como ser humano. Somos iguais no que somos e diferentes no que fazemos, mas como em um imenso quebra-cabeça, somos parte de algo maior. Precisamos uns dos outros. Valorizemos o nosso trabalho, nossas habilidades, mas sem nunca desmerecer o próximo. Podemos ser bons em uma, duas ou até três áreas da nossa compreensão, mas há muito mais acima da terra e debaixo do céu que jamais conseguiremos dominar, pois somos assim. Boa semana e que Deus nos abençoe!

Erivelton Mendes é radialista desde 1995 e atualmente apresenta o Programa Canal Livre na Rádio Oásis FM em Italva. Saiba mais clicando aqui. Também está no Facebook e no Blogger.
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